sábado, 21 de junho de 2025

O papel do conceito em Filosofia

 Conceituar, muito mais do que explanar, idealizar ou intuir, é extrair o essencial, o elementar, o cerne, o necessário para ser compreendido e comunicado. Esse trabalho conceitual do filósofo, o distingue do papel do cientista, do doutrinador, do ideólogo, do político, do técnico.

O filósofo não precisa comprovar, usar tabelas, fazer experiência, aderir a um partido ou ideologia, nem pretende impor opinião, nem chegar a resultado prático algum.

Como entender, então, o papel da Filosofia?

Afirmar que ela é o mais alto dos saberes é pretencioso e falso, aquele que se proclama como sábio, ignora que é impossível tudo saber, lição socrática. O filósofo é um interrogador, um perscrutador, ele tem os olhos abertos para o real e para o ideal, percorre o caminho do conhecimento, mas, conhecimento do quê?

De que todas as coisas são, que sua existência pode ser formulada, dita, expressa, interrogada. A abstração filosófica assemelha-se à extração da harmonia que o poeta intui, assemelha-se ao deslumbre da presença e da ausência captados pela palavra, ele interroga, situa, expõe, analisa e abstrai.

A História de Filosofia não é a de um desfile de pensadores incompatíveis entre si, seria contraditório e absurdo afirmar que um, apenas um deles, ou certa escola é "verdadeiro/a". Cada pensador, cada contribuição filosófica faz sentido, descortina um conjunto de ideias e conceitos; há que acolher, compreender, ou criticar sem que isso implique a rejeição dos demais filósofos e sistemas.

A preguiça intelectual é a maior inimiga do saber filosófico. Sugestão: comece com perguntas, tais como, "o que podemos esperar?"; "qual o sentido da existência?"; "O que é absurdo?" e muitas outras questões que intriguem, que despertem o/a filósofo/filósofa que há em você.

Se a filosofia mudar algo na cabeça das pessoas, isso já é um grande feito, disse humildemente Foucault. Com razão, o pensamento filosófico é uma espécie de escudo protetor contra os difamadores, os vaidosos, os abusadores, os justiceiros, os egoístas, os senhores da verdade, os doutrinadores... A lista é longa, você leitor/a pode acrescentar o que as pessoas deveriam mudar em cabeças empedernidas. E como? Com informação fidedigna, hoje mais do que nunca!


A disseminação de fakenews dá o que pensar ...

quarta-feira, 11 de junho de 2025

A intolerância

"Fui instruído a matar pessoas até que todos se convertam ao Islã", palavras de um guerrilheiro talibã. Em 2021 a guerra no Afeganistão acabou, os americanos voltaram para casa, e recomeçou o sofrimento da população sob o regime do Talibã. 

No período anterior, a única prefeita em todo o país, Zarifa Ghafari, assumiu a luta em Maidan Wardak pela educação das meninas, proibida pelo regime; ela própria saía de casa às escondidas para completar seus estudos. No cargo, sempre cercada por homens, seu motorista a conduzia de Cabul até a cidade de Maidan, diariamente, enfrentando no caminho grupos armados de talibãs. Acusada de imoralidade, ameaçada constantemente, ela lutou pela liberdade de expressão no âmbito do Islã.


Zarifa Ghafari


Armados, os talibãs impõem a lei da Sharia pura, cortar a mão de ladrões, apedrejamento de mulheres até que não mais cometam fornicação. Deus diz para matar os infiéis sem hesitação, como foi feito em 1999 em um estádio de futebol, cena que ficou na memória de Zarifa. Vestida com burca azul, uma mulher é fuzilada em meio ao silêncio, apenas o ruído do tiro e do corpo que tomba.

Zarifa considera a educação uma libertação, precisou enfrentar até seu pai para ir à universidade. Seu trabalho foi reconhecido pela ONU, homenageada com o prêmio "Mulher de Coragem". O próprio pai acabou assassinado na frente de casa como vingança contra ela. Melhor morrer, diz ela, do que casar com um talibã. Uma bomba explodiu em escola feminina em Cabul, para onde Zarifa foi transferida. 

Após 2021, com retorno do Talibã ao poder, houve fuga em massa, aeroportos cheios, pessoas correndo atrás de aviões que eram escalados para sair do país. A própria Zarifa se refugiou na Alemanha, "agora não tenho nada", disse ela. Mulheres marcharam pelos seus direitos, mas o regime autoritário e implacável prevaleceu, a promessa das escolas para as meninas não se cumpriu, há fome, pobreza, vício, empresas abandonaram o país.

Zarifa prossegue sua luta, o Afeganistão é um país pobre, tiranizado, e, como ela diz, o povo afegão foi condenado a viver no inferno.

Com suas mãos e pés queimados e retorcidos, Zarifa aparece com luva em algumas cenas do documentário, em outras os dedos cheios de cicatrizes ficam evidentes. O que teria acontecido? Permanece o mistério.

Em nome de divindade se cometem atrocidades. Impedidos de olhar os outros, com o sectarismo entranhado em sua cultura, é como se houvesse dois reinos separados, um o dos homens, outro o das mulheres. Quem fez essa observação foi Ruth Pfau, mencionada neste blog, a respeito do Paquistão.

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Obs.: Disponível na Netflix o documentário "Em suas mãos" sobre Zarifa. Como reforço vale ver a história verídica da fuga de uma mulher mantida em cativeiro em aldeia do Paquistão em "O Diplomata" (2025).

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Papa Leão XIV, um agostiniano.

 Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, proclamou-se um agostiniano. O que isso implica?

Papa Francisco dedicou-se à causa dos pobres e oprimidos, sua inspiração foi São Francisco, todos são irmãos, a caridade é fundamental. Na base de sua ação e pensamento não havia uma linha filosófica, ao contrário de Leão XIV que se declarou um agostiniano, quer dizer, seguidor das lições teológicas e filosóficas de Santo Agostinho (354-430). A inspiração da doutrina agostiniana é a luz interior.

 

Símbolos de escuta e acolhida, Leão XIV.

No diário "Confissões" Agostinho expos sua vida pregressa de prazeres e dissipações, perdoou-se desses pecados da juventude e converteu-se à doutrina cristã. Estudou Filosofia, inspirado por Cícero, filósofo estoico, prometeu a si mesmo buscar a sabedoria e conquistá-la. Note-se que ele se propôs a uma missão, não encontrou a fé e a sabedoria prontas.


Santo Agostinho, a luz interior

Foi professor de retórica até os 28 anos, teve um filho que morreu jovem, a amante seguiu seu caminho; Agostinho rompeu com seu passado, prosseguiu como professor em Roma, depois Milão. Sua conversão ao cristianismo se deveu ao exemplo de Paulo de Tarso (São Paulo) que encontrou a fé em uma súbita revelação. Para Santo Agostinho, razão e fé se combinam, e essa correspondência ilumina a vida, dá a ela sentido, numa busca interior, na análise de seu íntimo e nele encontrar a graça de Deus, a luz da alma.

Enquanto um tomista parte de provas da existência de Deus, usa portanto a razão que faz a ligação entre causa e efeito, o agostiniano experimenta, usufrui sem precisar recorrer a provas, apenas pela relação com seu espírito, com sua vontade nesse mundo criado por Deus a partir do nada. Nesse sentido Deus não é qualificado como sábio e todo poderoso, por exemplo, pois essas qualificações são nossas, humanas, e Deus é inefável, eterno.

Como entender que há o mal no mundo? Tudo o que existe, existe em estado de incompletude, inacabado. Os homens, dotados de livre arbítrio são inteiramente responsáveis pelos seus atos: praticar o bem ou não, é uma escolha. Daí a necessidade de cultivar e aperfeiçoar a boa vontade, cuja perda é o maior dos males. Ser justo, adequar-se à boa vontade, esse é o maior dos bens.

A inspiração agostiniana do novo papa, Leão XIV, sugere um retorno à fé interior, conduz à conciliação, às realizações pessoais, em suma, à boa vontade. A luz aponta o caminho, mas as escolhas são humanas, falham. 

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Dominados como estamos pela tecnologia, com amplo uso da inteligência artificial, esse voltar-se para dentro de si não deixa de ser inspirador.

domingo, 25 de maio de 2025

A perfeição e a imperfeição

 Perfeição pode ser entendida como pleno acabamento, sem brechas, sem fissuras, completo, não é preciso acrescentar e nem retirar nada. Imperfeição é associada com falha, defeito, imprecisão, mal acabamento.

O conceito de perfeição na filosofia antiga remete a um mundo ideal, o das ideias eternas, que são modelo para tudo o que existe neste nosso mundo, ele próprio, imperfeito. 

Para o cristianismo somos todos imperfeitos, em pecado original, que não se apaga, pecado herdado de Adão e Eva, somos "os degredados filhos de Eva", marcados, em falta. A alma submetida ao corpo sofre com os percalços deste.

Na arte a perfeição encontra um território privilegiado, com vários exemplos desde a estatutária grega, passando pelo modelo do corpo com as medidas exatas de Michelângelo, sua estátua de David, enorme, impressionante vitorioso na luta contra o gigante Golias. O Moisés e a Pietà ilustram a perfeição retirada da pedra. Mais adiante, entre outros, Vermeer, o holandês da pintura exata, quase fotográfica muito antes da invenção da fotografia, seria outro exemplar de perfeição estética.



A rendeira - Vermeer (1632-1675)

A perfeição é obra humana, construções que seguem parâmetros matemáticos, como nos templos, as abóbodas das catedrais, engenharia perfeita, sustentação quase que milagrosa. A expressão "perfeito" é usada para expressar essa exatidão.

Entretanto, ainda na arte, que dizer dos impressionistas? Cabe o adjetivo "perfeito"? Essa que é uma das escolas mais admiradas, mais fruídas, não retrata e sim impressiona, daí o adjetivo "impressionismo". A sensação estética não vem de perfeição alguma, a "imperfeição" de um nenúfar, traços, pinceladas, cor, e pronto, lá está todo um jardim, uma paisagem, um rosto, uma cena. Seria o "perfeito imperfeito"?!

Desde os impressionistas a noção de perfeição não se aplica à arte, a incompletude se apresenta para que os olhos vejam o que na tela não está "pronto" nem nunca vai ficar.

Onde buscar então a perfeição? No ideal moral, na moral religiosa? Tanto a religião judaica, como a cristã e a mais recente, que data de apenas 600 anos, o islamismo, proclamam que a humanidade está em falta, em pecado, precisando de socorro, de redenção.

Restaria ouvir as esferas celestes, penetrar na harmonia do todo, no equilíbrio universal, no eterno movimento, ali, talvez apenas ali, longe das atribulações humanas se encontraria a perfeição.

Cá na terra, ver e entender com o coração e não com a razão pode ser um caminho para a almejada perfeição, aquela da paz interior. 


segunda-feira, 19 de maio de 2025

Nós, cidadãos de segunda classe

O direito à cidadania é universal nas democracias ocidentais, desde a Declaração dos Direitos (Bill of Rights) da Constituição norte-americana, que data de 1791, protege os direitos individuais, limita o poder do governo federal, garante liberdade de expressão, religião, imprensa, assembleias e o direito de fazer demandas, petições. Em 1789, a Revolução Francesa assegurou o direito à propriedade, segurança e resistência à opressão, fundamentando um estado liberal e constitucional.

 Nossa constituição, chamada de "cidadã", prevê o direito universal à cidadania, a igualdade perante a lei, a legitimidade da representação, direito à saúde e educação.

Enfim, a base das democracias liberais é a igualdade do direito à cidadania. Somos todos os brasileiros, igualmente cidadãos, sem que haja nenhuma necessidade de taxar como uns sendo mais e melhores do que outros. Trata-se de um princípio a ser seguido, principalmente pelos governantes. 

Em nosso desprestigiado e sofrido país, acaba-se por descobrir que o princípio acima não vale. Senão vejamos:

A cada dia, a cada nova viagem, alguém, em geral o próprio Presidente precisa socorrer a esposa devido a declarações dela que são inapropriadas, deslizam para o puro e simples anedótico, defendem o indefensável, quebram protocolos diante de chefes de Estado. 



Quebra de protocolo, a falta de noção da "primeira-dama"

A Advocacia Geral da União (AGU) é chamada em sua defesa, o que é inconstitucional, Janja deveria contratar um advogado particular para defendê-la. Ela não tem cargo algum, mas age como prima dona, poderosa, irresponsável, correndo risco para si e para a imagem do Brasil diante, por exemplo, de Xi Jinping, ditador chinês, que deveria, segundo o entendimento da primeira dama, censurar o Tik Tok. Ora, essa plataforma é chinesa, o que implicaria que o governo deveria censurar para atender reclamos de Janja! O poder subiu à cabeça e fez parceria com a total falta de compostura. É mais do que sabido que tudo na China passa por censura, aquela absoluta e que interessa apenas encobrir o que acontece lá. Liberdade de expressão em ditaduras?! Xi Jinping deve ter ficado pasmo, ou talvez rindo, algo nada difícil para um chefe de Estado cujo poder é incontestável.

O desejo de censurar, o projeto de censurar as redes sociais não esmoreceu no governo Lula. Afinal, somos cidadãos de segunda categoria, sim, pois a primeira categoria cabe à primeira dama, justamente, "primeira". "Ela não é uma cidadã de segunda classe, entende mais de direito digital do que eu, e resolveu falar" declarou Lula a respeito do episódio em que ela pleiteava censura ao Tik Tok. Segundo Lula, Janja pode fazer o que quiser, como ele já declarou.

Assim, no juízo arrevesado, destituído de qualquer respeito aos cidadãos brasileiros, declara que, então, todos nós somos de segunda classe, ou talvez de 5a categoria, exatamente como foram tratados os aposentados do INSS. Assaltar a folha de pagamento sem deixar rastros, confiar que não seriam descobertos e se descobertos não seriam punidos, extorquir virou rotina.


segunda-feira, 21 de abril de 2025

Onde liberdade tem um valor incomum.

 Meninos com metralhadoras, meninas obrigadas à exclusiva tarefa da tecelagem, proibidas de frequentar a escola. Esse cenário é atual, no Afeganistão com seu povo oprimido, que passa das mãos de um regime para outro, que sofreu com uma guerra sem sentido, cruel para ambos os lados, o exército americano foi retirado, o caos só aumentou sob o Talibã.

As questões éticas, os fundamentos da cultura ocidental, as raízes da liberdade de ação, de credo e de representação política, instauradas desde há séculos na democracia ateniense, sofreram revezes, mas  foram restaurados na Inglaterra liberal, na França com o iluminismo, praticados por ampla maioria dos países desde há mais de dois séculos. Como é possível que nações avancem e outras populações vivam sob regime de terror, perseguição, violência em lutas tribais? Ditaduras cultuadas como legítimas calam seus opositores, há pobreza e fome, doenças curáveis grassam grupos e famílias.


Ruth Pfau


Ruth Pfau, personagem pouco conhecida, foi médica e freira que se dedicou à tarefa missionária nas décadas de 70 até os primeiros anos do século XXI, no Paquistão. Os relatos em sua autobiografia chocam, e ao mesmo tempo dão esperança, devido à sua luta por recursos destinados pelos organismos de saúde, por doações, pela ajuda dos médicos sem fronteira. A luta particular da freira-médica é contra a lepra, sim, lepra que grassava entre a população pobre do Paquistão. Certa região, Ranikot, sofria há três anos sem chuva, estradas empoeiradas, quando havia estradas, sua peregrinação era ir de casa em casa, verificando a situação de crianças que perdiam mãos, pés, de seus pais vivendo em barracas, com fome e sede. A atividade principal, o pastoreio de cabras. Ela narra que nos anos 80, houve a visita de uma equipe de TV da Alemanha, trabalharam e viveram juntos algum tempo, seus equipamentos conduzidos no lombo de burros, único modo de se transportar, mas que à época já rareava nessas montanhas pedregosas, onde dormiam no chão. Algum tempo depois Ruth e seus auxiliares viram a reportagem na televisão, com o título: "O que eu ganho é liberdade". Liberdade repete Ruth no livro "Das Herz hat seine Gründe" (O coração tem suas razões), foi a resposta que os pastores de cabra de Ranikot deram à pergunta: o que mantém vocês neste mundo perdido, seco e pedregoso? Eles disseram: "Liberdade".

A médica-freira se perguntou: o que fazemos nós neste vale perdido, seco, há duas semanas compartilhando a pobreza extrema na cabana deste pastor? Ela reponde igualmente para si mesma: "Liberdade". Sua escolha foi livre, sua missão compensa, a lepra acabou por ser controlada, ainda que não a pobreza.

Aceitar seu destino, abraçar sua causa em duas perspectivas inteiramente opostas: meninas a tecer tapetes e meninos que carregam uma metralhadora Kalashnikov, como dever, por imposição, sem escolha. Aceitar seu destino, abraçar sua causa, com escolha, livremente, mesmo em situação de fome, seca, miséria e doença. Essa é a que vale.

domingo, 13 de abril de 2025

Alguém pode explicar o significado de "racismo climático"?

 Desde há muito tempo se discute o Ensino Médio, a reforma que o tornaria eficiente, atrativo, com preparação para o ingresso no Ensino Superior, como formação integral de cidadãos aptos para participação na sociedade, especialmente no mundo do trabalho.

Uma vez mais a interferência justamente do Conselho Nacional de Educação, dá provas de que ajustar o ensino aos movimentos identitários e de valorização das diferenças, contra as representações machistas e eurocêntricas, entre outros objetivos, é mais relevante do que o reforço no aprendizado de disciplinas fundamentais para a formação, para o que se chama, ainda de "educação". Educação compreende habilitação profissional juntamente com a formação pessoal e intelectual, com valores, liberdade de pensamento, espírito crítico, criatividade, capacidade de inovar, de empreender. O mercado de trabalho não é um "bicho papão". A  própria educação é formadora, proporciona experiências diversas, um aluno assim consciente se torna capaz de evitar sectarismo, intolerância, desrespeito


Pauta aprovada por 10 dos 11 conselheiros


Por isso não é absolutamente necessário incluir as tais pautas elaboradas pela resolução do Conselho, por exemplo, a "perspectiva feminina", "superação das dinâmicas que conectam as desigualdades interseccionais relacionadas às posições de classe, gênero e raça, aos marcadores  sociais da deficiência e aos processos de segregação territorial e racismo climático (grifo meu)". Como seria a "construção do conhecimento filosófico" a partir "de grupos historicamente marginalizados"?! Desconheço a contribuição filosófica desses grupos, desconheço quais seriam tais grupos.

Conceitos da novilíngua que assola vários setores da sociedade, que inverte valores, que obriga à adoção de políticas que redundam em efeito contrário ao pretendido, acabam por marcar território onde não deveria haver território algum, que particularizam quando a educação deve primar pela universalização, que pretendem incluir, mas que segregam

Isso tudo ocorre em um momento histórico, social e político que vai em direção à uniformização, ao "siga o chefe", ao conformismo explícito nas redes sociais de ser consumidor, de acatar, de cultuar ídolos, de incentivar o corpo, sua forma, a mulher captada em uma imagem idealizada, magra, rosto liso, lábios proeminentes, seios e lábios mais ainda. Esse deveria ser um tema relevante a ser discutido nas escolas, mas não...

Escolas precárias, professores mal pagos e com carência em sua formação, essa sim deveria ser a pauta do Conselho Nacional de Educação.